Economia Criativa e o Rio de Janeiro

by ameleiro

A Importância da Economia Criativa no Desenvolvimento Econômico da Cidade do Rio de Janeiro

Por Helcio de Medeiros Junior, João Grand Junior e João Luiz de Figueiredo

A economia criativa está se configurando em um dos mais dinâmicos conjuntos de atividades produtivas do mundo. Na esteira desse processo, que é diretamente associado às profundas transformações ocorridas na economia mundial desde a década de 70 do século passado, muitas cidades vislumbraram novas possibilidades de desenvolvimento econômico.

Alinhada com tal perspectiva, a cidade do Rio de Janeiro definiu a economia criativa como um dos setores estratégicos, exigindo de seus planejadores, gestores, acadêmicos e demais interessados, melhor compreensão de diversas questões relacionadas ao campo da economia criativa. Diante disso, o objetivo principal desse artigo é investigar se a economia criativa se configura em um dos motores do desenvolvimento econômico da cidade do Rio de Janeiro, analisando, além de dados estatísticos, o seu padrão espacial, de modo que possamos relacioná-la com o desenvolvimento urbano.

O argumento central do trabalho é que a criatividade se apresenta como um recurso de crucial relevância na atual fase da economia capitalista, e que as grandes cidades tendem a concentrar grande parte da produção da economia criativa. Nesse sentido, reconhecemos uma intensa relação entre as atividades integrantes desse campo de produção e o território, de maneira que, se por um lado as atividades econômicas são importantes para o desenvolvimento da economia urbana, por outro, a cidade, através de suas especificidades territoriais, também desempenha papel crucial na reprodução dos sistemas produtivos.

Apesar da carência de dados estatísticos ainda serem um limitador ao avanço das pesquisas referentes à economia criativa, importantes avanços foram realizados nos últimos anos. Neste trabalho, foram utilizados os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego e o trabalho da FIRJAN (2008) como referência na definição das atividades integrantes da economia criativa, o que permitiu a comparação das informações locais com as do estado do Rio de Janeiro.

Como resultado do procedimento metodológico, o artigo está estruturado em três partes, além da introdução e das considerações finais. Na primeira delas, discute-se a relevância da criatividade como um recurso central na atual fase do desenvolvimento capitalista e como, em decorrência disso, abriram-se possibilidades para se repensar o desenvolvimento econômico e a revitalização das cidades, sejam aquelas que sofreram com a decadência fordista, ou as que nunca implantaram uma base industrial. Na segunda seção do artigo, evidencia-se a importância das atividades da economia criativa no conjunto da economia da cidade do Rio de Janeiro e o seu padrão espacial.

Por fim, discute-se a relação entre a economia criativa e o desenvolvimento urbano.

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Publicado originalmente na Coleção Estudos Cariocas (n. 20110601), do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, uma publicação virtual de estudos e pesquisas sobre o Município do Rio de Janeiro, abrigada no portal www.armazemdedados.rio.rj.gov.br.

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