I Seminário Internacional Economia Criativa

by ameleiro

O mercado global de bens e serviços oriundos da economia criativa tem experimentado nos últimos anos um crescimento sem precedentes. “O valor das exportações anuais desse segmento alcançou US$ 592 bilhões em 2008, o que representa um crescimento médio anual de 14% no periodo de 2002-2008. Segundo a UNCTAD, as indústrias criativas são um dos setores mais dinâmicos do comércio internacional e a demanda global para os produtos criativos continuou crescendo, apesar da crise financeira e da recessão global de 2008.”

De acordo com a UNESCO, o comércio de bens criativos aumentou de US$ 205 para US$ 407 bilhões em 2008, com crescimento médio de 11.5% no periodo 2002-2008, praticamente dobrando de valor no periodo de seis anos.

A economia criativa tem sido compreendida como uma potencial alavanca para o desenvolvimento de muitas nações, sendo que mais de 60 países já realizam procedimentos sistemáticos de mapeamento do seu setor criativo. Em estágio mais amadurecido encontram-se os países desenvolvidos, notadamente os Estados Unidos, as principais economias européias – com destaque para o Reino Unido e a Austrália. Porém, mesmo estes ainda vislumbram as perspectivas de expansão do setor, inserindo o tema estrategicamente com papel de destaque em suas agendas econômicas.

Países emergentes e em desenvolvimento conseguem ter participações expressivas em áreas específicas. Porém há um vasto território inexplorado de possibilidades, que devem ser objeto de políticas públicas, concebidas e implementadas num ambiente de cooperação internacional, especialmente a chamada Cooperação Sul-Sul.

O seminário deu origem a uma edição especial da Revista Conjuntura Econômica, lançada em setembro de 2011, tratando, pela primeira vez, sobre o tema economia criativa. Teve, ainda, cobertura jornalística e contou com um suplemento especial  em português, e em inglês (clique na imagem, e faça download do arquivo):

O evento foi transmitido em tempo real através do Portal do IBRE da Fundação Getulio Vargas, e foi feito um DVD, editado, com os principais pontos debatidos no evento, que será distribuído aos patrocinadores e mailings dirigidos.

O Seminário mostrou que a metodologia para se trabalhar a economia criativa está bem avançada, e pretende, em cada edição anual, servir como um catalisador para ações consistentes.

Veja as fotos do evento

Programação Preliminar (Program/ English version)

Dia 20/09: 9h30 às 12h30

Abertura:

Renato Villela – Secretário de Estado de Fazenda – Governo do Estado do Rio de Janeiro

Marcelo Haddad – Diretor Executivo do Rio Negócios – Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Profº Luiz Guilherme Schymura – Diretor do IBRE/FGV

PAINEL I: Onde Tudo Começa: A Criatividade na Base da Revitalização Urbana

O objetivo deste painel é apresentar experiências bem sucedidas de revitalização urbana e de identificação e realização de potenciais e vocações criativas de cidades, com seus devidos impactos econômicos. O painel deverá ser composto por representantes de cidades, gestores líderes dos referidos processos. A premissa deste painel é a de que a cidade tem um papel crucial na economia da cultura e na distribuição de bens de base criativa, sendo esta uma característica muito própria dos grupos urbanos. Como não poderia deixar de ser, outro importante aspecto a ser abordado neste painel é a avaliação das possibilidades e do planejamento da cidade do Rio de Janeiro, em vista da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos.

Moderador: Fábio Fonseca  – Instituto Iniciativa Cultural

Debatedores:

Washington Fajardo – Coordenador do Programa Rio Distrito de Criatividade – Prefeitura do Rio de Janeiro

Lilian Natal – Gerente de Comunicação – São Paulo Turismo -Prefeitura de São Paulo

Leydi Higidio – Economista Universidad Autónoma de Occidente – Cali- Colômbia

Karen Cesar – Designer, empresária do segmento criativo e Fundadora da Red Bandana Multiexperiências de Marca

Heliana Marinho – Gerente de Economia Criativa – SEBRAE/RJ

Julia Zardo – Gerente do Instituto Gênesis – PUC- RIO

14h30 às 17h30

PAINEL II: Governos e a Economia Criativa: A Nova Economia Requer um Novo Estado?

O objetivo deste painel é a apresentação das perspectivas e desafios de governos em todos os níveis – do local ao nacional – diante das demandas geradas pela nova economia. A economia derivada da distribuição de bens produzidos com base na criatividade, na cultura e na propriedade intelectual, exige novas estratégias, estruturas e políticas, sejam das mais diferentes esferas, tais como da cultura, trabalho e renda, agências de capacitação, órgãos de financiamento etc. O Estado, como dinamizador das relações, fomentando as interações necessárias entre seus departamentos, iniciativa privada e empreendedores, e criando um ambiente fecundo para o desenvolvimento do setor criativo, deve equipar-se de novos conceitos de desenvolvimento bem como de metodologias de operação e mensuração análogas a esses novos paradigmas.

Moderadora: Lidia Goldenstein – Economista da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

Debatedores:

Mário Borghini – Diretor de Desenvolvimento Econômico Estratégico – Instituto Pereira Passos – Prefeitura do Rio de Janeiro

Kevin McManus – Fundador da ACME – Creative Industries Business Support / Liverpool (UK).

Luciane Leite – Diretora de Turismo e Entretenimento – São Paulo Turismo – Prefeitura de São Paulo

18h – Coquetel

Dia 21/09: 9h30 às 12h30

PAINEL III: Os Direitos Autorais e o acesso aos Bens Culturais

A Propriedade Intelectual ocupa um papel central na sociedade do conhecimento. A globalização, a revolução digital e as novas tecnologias apresentam riscos e oportunidades para autores, empreendedores criativos e nações. Ainda que existam importantes balizas internacionais para a regulação do setor – a Convenção de Berna e o Acordo TRIPS -, elas e também os gestores públicos nacionais se vêem diante dos desafios postos pelo novo cenário, entre eles o de conjugar a garantia dos legítimos direitos dos autores e criadores com os interesses dos investidores e com a necessidade de democratizar os meios de acesso ao consumo de bens culturais e intelectuais. O que fazer para incrementar o desenvolvimento inclusivo e justo dessa economia, promovendo um balanço entre os direitos privados e o interesse público? De que maneiras o novo quadro pode ser utilizado favoravelmente ao seu desenvolvimento? Estes são alguns dos temas a serem debatidos neste painel.

Moderadora: Luiz Moncau: Centro de Tecnologia e Sociedade – Direito Rio / FGV

Debatedores:

Volker Grassmuck – Professor convidado da Universidade de Paderborn e Líder do “Projeto Wizard of OS”

Cliffor Luiz de Abreu Guimarães – Coordenador Geral de Difusão de Direitos Autorais e Acesso à Cultura – Diretoria de Direitos Intelectuais – Ministério da Cultura

Pablo Ortlellado – Professor Doutor – Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação – Gpopai / USP

Oona Castro – Diretora Executiva – Overmundo

14h30 às 17h30

PAINEL IV: A Economia Criativa Como Estratégia Para o Desenvolvimento

O mercado global de bens e serviços oriundos da economia criativa tem experimentado nos últimos anos um crescimento sem precedentes. O valor das exportações anuais desse segmento saltou de U$ 227 bi para U$ 424 bi apenas entre os anos de 1996 e 2005, representando um crescimento médio anual de 8,7% de participação no comércio global, segundo a UNCTAD. De acordo com o Banco Mundial, a economia criativa representa cerca de 7% do PIB mundial.

A criatividade é inerente à condição humana; e a cultura um dos ativos econômicos mais democráticos, sendo esta um dos fatores constituintes de todas as sociedades humanas, independentemente do seu estágio de desenvolvimento e prosperidade. Justamente por esse aspecto, a economia criativa tem sido compreendida como uma potencial alavanca para o desenvolvimento de muitas nações. Países emergentes, como o Brasil, a Índia e a China, têm participações expressivas em áreas específicas. África do Sul, Nigéria, Gana e outros países africanos também experimentam sucessos pontuais. Porém há um vasto território inexplorado de possibilidades, as quais devem ser objeto das políticas públicas desses países, concebidas e implementadas num ambiente de cooperação internacional, especialmente a chamada Cooperação Sul-Sul. A proposta deste painel é a reunião de gestores nacionais e das Nações Unidas, compartilhando experiências e trazendo apontamentos para o planejamento estratégico do setor.

Moderador: Alessandra Meleiro (Instituto Iniciativa Cultural/ UFF)

Debatedores:

Edna dos Santos-Duisenberg: Chefe do Programa Economia Criativa da UNCTAD. Leia: Mensagem e Apoio Institucional ao Seminário da UNCTAD

Eduardo Carlos Ferreira – Superintendente de Microinvestimentos – Banco Itaú/Unibanco

Marcos André Carvalho – Coordenador de Economia Criativa – Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro. Balanço de Gestão 2007 2010/ Editais 2011 2012/ Incubadoras Rio Criativo

David Parrish – Consultor Internacional de Empreendimentos Criativos – Fomentador da Rede T-Shirts and Suits– Veja vídeo em https://files.me.com/daveparrish/vv4hnf.mov

Luciane Fernandes Gorgulho – Chefe do Departamento de Cultura – BNDES

Público Alvo

Empresas e empreendedores culturais e criativos de modo geral
Artistas, autores e criadores de conteúdo criativo.
Gestores Públicos das áreas de cultura, trabalho e renda, desenvolvimento etc.
Instituições públicas
Entidades privadas atuantes no desenvolvimento econômico local/nacional
Especialistas, pesquisadores e acadêmicos
Entidades e associações culturais

Local: Fundação Getulio Vargas
Endereço: Praia de Botafogo, 190 – Auditório, 12. andar – (Rio de Janeiro/ RJ)
Data: 20 e 21 de Setembro de 2011

Inscrições: encerradas.

Transmissão online ao vivo:  www.fgv.br/ibre

Leia: Matéria Publicada sobre o tema e o Seminário na Revista Fapesp (setembro/2011)

Mais informações: info@iniciativacultural.org.br

Curadores

ALESSANDRA MELEIRO
Pós-doutorado junto à University of London (Media and Film Studies) e Pesquisadora Associada do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento: www.cebrap.org.br), onde Coordena o Centro de Análise do Cinema e do Audiovisual (www.cenacine.com.br). Doutora em Cinema e Políticas Culturais pela ECA/USP e Mestre em Multimeios pelo Instituto de Artes/ UNICAMP. Autora do livro “O Novo Cinema Iraniano: uma opção pela intervenção social” e organizadora das coleções “Cinema no mundo: indústria, política e mercado”, com cinco volumes (África, América Latina, Europa, Ásia e Estados Unidos), que contou com a colaboração de 35 autores de 20 países, e “A Indústria Cinematográfica e Audiovisual Brasileira”, que conta com seis volumes (“Cinema e Políticas de Estado”, “Cinema e Economia Política” e “Cinema e Mercado”, dentre outros). Presidente do Iniciativa Cultural – Instituto das Indústrias Criativas (www.iniciativacultural.org.br) e Professora Adjunta do Curso de Produção Cultural da Universidade Federal Fluminense (UFF) / Rio de Janeiro. Foi Diretora de Projetos do Centro Cultural São Paulo e curadora de instituições como SESC SP e Centro Cultural Banco do Brasil.

FÁBIO FONSECA
Profissional de Comunicação e Marketing, com experiência na iniciativa privada, no terceiro setor, no governo e organismos internacionais. Pós-graduado em Marketing e Gestão Empresarial; mestrando no Instituto de Economia da UFRJ, em seu programa de Políticas Públicas. No ambiente empresarial, em cargos de gerência ou direção, planejou e coordenou a execução de planos de comunicação e marketing, contemplando todo o seu mix (Prêmios: Marketing Best e Colunistas). Em seis anos em organização social de grande porte (Ação Comunitária do Brasil), atuou na elaboração e coordenação executiva de projetos, realizados em parceria com a iniciativa privada, com o governo e organismos internacionais, especialmente aqueles relacionados à cultura, tendo participado da implantação do primeiro Ponto de Cultura do Brasil, no Complexo da Maré/RJ. No âmbito governamental, exerceu cargo de coordenação no PNPE – Programa Nacional do Primeiro Emprego, do MTE, articulando parcerias intersetoriais para a inserção de jovens no mercado de trabalho. Atuou na concepção do programa de inclusão digital do Ministério do Planejamento, participando do seu conselho nacional.
Com o PNUD, participou da coordenação de projeto cooperação sul-sul, promovendo intercâmbio com ênfase em cultura e gestão entre organizações não governamentais brasileiras e africanas. Como consultor da UNESCO na área de economia criativa, realizou o projeto executivo do CIEC (Centro Internacional de Economia Criativa). Possui consistente experiência internacional (EUA, Europa, América Latina, Caribe e África), participando de diversos projetos, treinamentos e eventos do sistema ONU e outros organismos internacionais, inclusive como instrutor e palestrante. Participação na UNCTAD, o Conselho da ONU para o comércio e desenvolvimento, com foco no seu Programa das Indústrias Criativas.

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